Livro: Profetas Maiores e Menores

A Palavra de Deus é viva e eficaz, como bem afirmou o escritor aos Hebreus, no capítulo 4, versículo 12. Na medida em que o ser humano lê e estuda a Escritura, meditando nela para ser bem-aventurado (Js 1; Sl 1), depara-se com a realidade de que o Senhor, o Todo Poderoso, em sua soberania elegeu um povo, para que, por meio dele, pudesse revelar sua glória e ser testemunhado para todas as nações da Terra.
  • Autor: Emerson Cavalheiro
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978-65-89859-08-6

230

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2022

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PROFETAS MENORES E MAIORES

Porta-vozes da Mensagem de Deus na Terra

A Palavra de Deus é viva e eficaz, como bem afirmou o escritor aos Hebreus, no capítulo 4, versículo 12. Na medida em que o ser humano lê e estuda a Escritura, meditando nela para ser bem-aventurado (Js 1; Sl 1), depara-se com a realidade de que o Senhor, o Todo Poderoso, em sua soberania elegeu um povo, para que, por meio dele, pudesse revelar sua glória e ser testemunhado para todas as nações da Terra.

É extraordinário perceber como o Senhor se relacionava com esse povo, chamado Israel. Ele estabelecera uma aliança profunda e verdadeira, tal qual a aliança que um noivo, derretido em amor por sua noiva, assume para com sua esposa no altar, diante das testemunhas em uma linda cerimônia de casamento. Esta aliança implicava em segurança, cuidado, amor, proteção e tantas outras características.

Foi exatamente assim que o Deus do pacto agiu! Israel viveu momentos em que o Senhor expôs, publicamente, o seu apreço e carinho para com a nação. Ele fez milagres grandiosos no Egito, supriu as necessidades no deserto, demonstrou seu magnânimo poder, fazendo coisas impossíveis aos homens, preparou uma terra que manava leite e mel, para moradia e deu-lhe a Lei.

Sim, a Lei era, na verdade, um código especial de conduta moral, social e espiritual que regeria a vida da nação, de maneira que se a cumprissem, certamente, viveriam em paz com o próximo e, acima de tudo, com o seu Deus. À medida que isso acontecesse, o nome de Yahweh seria engrandecido e glorificado; sua glória seria reconhecida perante as demais nações idólatras, que não tinham o privilégio de andar com o único Deus, criador dos Céus e da Terra (Gn 1).

Porém, não se pode jamais esquecer que desde a queda do Homem, registrada em Gênesis 3, o DNA humano foi corrompido de tal maneira que a inclinação do coração é má, desde a mais tenra idade (Gn 6; Rm 3.23). O pecado faz com que o ser humano seja rebelde, sempre agindo na contramão da vontade de Deus para a sua vida que, conforme registra Paulo, quando escreve aos Romanos, capítulo 12, versículo 2, é “boa, perfeita e agradável”.

Na medida em que as páginas do Antigo Testamento vão sendo folheadas, Israel vai demonstrando uma postura de rebelião e desobediência. O povo eleito foge completamente dos princípios da aliança, de maneira que o Senhor se refere à nação como uma esposa que traiu o seu esposo, maculando toda a história construída a dois.

Mas, mesmo diante de tamanha infidelidade, Yahweh estava presente e próximo, demonstrando a sua misericórdia, a sua compaixão e o profundo desejo de reatar a aliança. Seu amor é longânimo e benigno! Ele não abandonou a sua amada, mesmo tendo sido traído, no nível mais baixo que o sentido do termo possa adquirir, pois, fora trocado por deuses que nada eram e nada podiam fazer.

Além da idolatria, a imoralidade, os desmandos sociais, as tragédias e barbáries humanas, manifestaram-se arrojadamente, assim como um animal bravio, que mostra as suas unhas e garras para atacar, com violência, a sua presa ou aquilo que lhe representa uma ameaça ou perigo. Desde as maiores autoridades políticas da nação, passando pela classe religiosa, até chegar ao povo, todos se corromperam e abandonaram o Senhor!

Neste cenário caótico, a justiça e a misericórdia, o amor e a compaixão ficam evidentes, por meio das profecias, das mensagens divinas trazidas pelos profetas. Os profetas eram homens de Deus, porta-vozes do divino, que se colocavam à disposição para falar aquilo que o Todo Poderoso queria transmitir. Eles não profetizavam o que queriam, segundo a própria vontade, mas tomavam todo cuidado para falar somente aquilo que deveria ser dito, verdadeiramente, da parte do Senhor. Não havia espaço para emocionalismo; em seus lábios, estava sempre a expressão: “Assim diz o Senhor”.

Os falsos profetas, que não tinham compromisso com Deus, falavam o que lhes vinha à mente, segundo o desejo do próprio coração, mas, na contrapartida, os verdadeiros profetas, anunciavam paz, alegria, prosperidade e restauração, porém, quando era preciso, não hesitavam em anunciar o juízo iminente que viria, de forma terrível e catastrófica, por conta das mazelas e pecados constantemente praticados, onde o arrependimento e a conversão não encontravam lugar.

Eis, então, o tripé da profecia: a denúncia da imoralidade, sob todas as formas, a condenação da idolatria, que roubava a exclusividade da adoração e, não menos importante, a negligência para com o ser humano, especialmente, para com os órfãos e as viúvas sendo abundante, então, a injustiça social. Assim, os santos profetas tratavam de assuntos ligados a Deus, portanto, à espiritualidade e àqueles voltados às relações humanas e sociais.

Não era fácil ser verdadeiro profeta, antes, era preciso estar disposto a suportar afrontas, humilhações, perseguições, agressões e a violência, porém, convinha, com todas as forças e coração, fazer aquilo que Deus estava chamando para fazer, aquilo que Ele ordenara. Esse chamado ardia mais forte, com intensidade e a certeza da proteção, a paz e a segurança de estar no centro da vontade de Deus, eram combustíveis que sustentavam os homens de Deus, em pé.

Esta disciplina tratará, exatamente, destes homens, os profetas do Senhor. Certamente, eles são relevantes para este tempo! Suas mensagens têm aplicabilidade atual, de maneira que o estudante conhecerá, não somente o contexto passado da profecia, mas poderá, também, perceber o que Deus deseja falar, hoje! A Bíblia nunca será ultrapassada! Ela é sempre atual e sua mensagem atravessa os anos, os séculos e as estações, mantendo sempre a sua essência, que é a  de revelar o caráter de Deus e o seu propósito de amor para com a humanidade!

Bons estudos!

Professor Emerson Cavalheiro

Este livro faz parte do Curso Médio em Teologia