
Livro: Homilética

- Autor: Emerson Cavalheiro
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HOMILÉTICA
Princípios e Técnicas Para a exposição da Genuína Palavra de deus
Deus fala! Esta é uma das máximas da fé Cristã. O Deus dos cristãos falou, fala e continuará falando porque Ele é o Deus da comunicação. O autor de Gênesis, logo no início da criação, faz questão de narrar que o Todo-Poderoso criou todas as coisas, falando!
A expressão: “E disse Deus”, encontrada nos primeiros versículos, do primeiro capítulo, do primeiro livro da Bíblia, revela um Ser poderoso, grande em Seu Ser, inteligente, que comunica Seus feitos e Suas magníficas obras!
Maior admiração ainda, advém do fato de que o Deus que fala, sempre quis ter uma estreita relação e intimidade com a Sua criatura. Ele mesmo, que permanece em perfeita harmonia no Conselho da Trindade, quis estabelecer profunda comunicação com o ser humano. No Jardim do Éden, por exemplo, Adão e Eva tiveram a alegria e a grata satisfação de falar com o Senhor e de ouvir a Sua voz, a Sua Palavra.
Na trajetória bíblica, Deus se comunicou com os Homens. Ele sempre quis que Sua mensagem fosse compreendida. Para isso, usou pessoas como instrumentos poderosos e afinados, que se colocaram na brecha e tornaram conhecida a Sua vontade.
Sim, tudo começou com a palavra, por meio da comunicação verbal, face a face e direta. No entanto, no tempo oportuno, o mesmo Senhor ordenou que os Seus feitos e o que fora dito fossem registrados. Para que isso acontecesse, homens foram inspirados pelo Espírito Santo e tiveram a responsabilidade de escrever todo o conteúdo necessário para que a comunicação estabelecida permanecesse.
Profetas, estadistas, reis, sábios, boiadeiros, pescadores, médico, dentre outros, foram chamados para escrever o livro da lei do Senhor. Por meio deste livro, chamado de Escritura, o Homem pode conhecer a Deus, Seu caráter, Suas obras e Seus gloriosos atos, basta que seja aberto e lido. A Escritura é poderosa porque é a boca de Deus falando com o ser humano.
Quem não sentiu a presença e o toque divino na medida em que lia este maravilhoso livro? Quem não se sentiu impactado pela mensagem contida nos sessenta e seis livros, ora confrontando, ora consolando, apontado os pecados, demonstrando a miserabilidade humana mas, ao mesmo tempo, apontando para a redenção, o redentor, o caminho, a verdade e a vida, a direção, a salvação, a cura, a libertação, Cristo Jesus. Tantas outros adjetivos poderiam ser aqui descritos, mas é fato que a Escritura é a boca de Deus falando com o Homem.
Aqui depara-se com magníficas verdades: 1. Deus continua falando conosco; 2. A Escritura é a revelação escrita, inspirada por Ele, apta para penetrar no mais profundo do ser, revelando-o, expondo-o, transformando-o; 3. A pregação da Palavra de Deus é um dos mecanismos que o Senhor utilizou para falar ao coração humano no decurso da História e assim tem sido, inclusive em nosso tempo.
Pregar a Palavra de Deus é um maravilhoso ofício que Ele mesmo confiou aos Seus servos. O Homem, outrora caído, mas que fora regenerado e feito nova criatura em Cristo, recebe do Seu Mestre, a responsabilidade ir por todo o mundo, com o objetivo de pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15).
Olyott (2005) explica que a pregação envolve quatro palavras gregas: Kerusso, significando declarar, como um arauto faz; euangelizo, evangelizar, anunciar as boas novas de pregação; martureo, o ato de testemunhar sobre fatos e, por fim, didasko, apresentar as palavras de forma pontual, a fim de que se apliquem à vida. Portanto, pregar é proclamar a Palavra de Deus, anunciar as boas novas, testemunhar sobre os fatos e, por fim, trazer a mensagem ao ouvinte, esclarecendo o seu significado, estimulando-o à prática.
Aqui, entra a extraordinária arte da pregação! Em ternos técnicos, tal arte recebe o nome de Homilética. Neste livro, que tem como objetivo apresentar os principais conceitos da Homilética, estudaremos a história da pregação, os resultados provocados por ela no Homem, e o perfil do pregador, com características e qualidades que são esperadas da parte dele. Da mesma forma, aprenderemos como desenvolver um sermão, os tipos existentes, além de uma gama de recomendações que serão uteis no manejo da Palavra de Deus, a fim de que seja transmitida aos cristãos e, sobretudo, ao pecador, com eficácia.
Para facilitar a aprendizagem, dividimos o conteúdo em quatro unidades, dispostas da seguinte forma: na primeira, aprenderemos sobre a pregação e seu caráter bíblico e histórico. Na segunda unidade, conversaremos sobre o pregador: quem é ele, seu chamado, seu currículo, seu preparo, sua vida devocional e acadêmica, dentre outros. Na terceira unidade, nos ateremos ao ouvinte. Abordaremos aspectos ligados ao público, ao ouvinte, o ser humano que ouve a pregação e, por fim, na quarta unidade, destacaremos a mensagem em si, ou seja, como se deve prepará-la, os tipos de sermões, sua estrutura e apresentação.
Paulo recomendou a Timóteo que pregasse a Palavra a tempo e fora de tempo (II Tm 4.2). A mesma orientação ecoa aos ouvidos e corações daqueles que amam a Deus. Há millhares de pessoas que precisam ouvir a genuína mensagem evangélica, que resgata o mais vil pecador. Todavia, o mesmo apóstolo questionou: como ouvirão, se não há quem pregue? (Rm 10.14).
Que esta disciplina atinja o coração dos estudantes, depertando neles, o profundo desejo de tornar viva a pregação cristã. Que mensagens ungidas e inspiradas pelo Espírito Santo alcancem os confins da Terra, provocando arrependimento, conversão, transformação, curas, libertação, e, sobretudo, salvação eterna. Bons estudos!