
Livro: Evangelismo

- Autor: Emerson Cavalheiro
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EVANGELISMO
Vinde após mim, e vos farei pescadores de Homens
A Bíblia Sagrada é o Livro dos livros. É a revelação. Não uma revelação qualquer, assim como alguém que esconde algo por um tempo e, de repente, traz à luz uma coisa insignificante e vazia. Antes, a revelação de que trata a Escritura é profunda e sublime, potente e meiga, compreensível e amável porque é a revelação de Deus, Aquele que está assentado em um alto e sublime trono!
Sim, através dela, pode-se conhecer a realidade de Sua Pessoa, Seu caráter e Suas ações. Apesar de não ter a intenção de provar Sua existência, faz questão de afirmar, logo no primeiro versículo, do primeiro capítulo, do seu primeiro livro, que há um Deus e esse Deus não é um deus com “d” minúsculo, como muitos outros deuses, produto das mãos humanas, antes, é o Todo-Poderoso, Inteligente, Sábio, Complexo em Suas ações, afinal, Ele é, nada mais, nada menos, que o Criador dos céus, da terra, do mar e de tudo o que nele existe.
Nos Conselhos Eternos, um plano extraordinário fora traçado! Após cinco dias de feitos magníficos, no sexto dia, Ele mesmo preparou, com Suas poderosas mãos, a Sua obra-prima. Do pó da terra, formou uma criatura, de primeira categoria, rica em detalhes e, soprando em suas narinas o fôlego de vida, chamou-o de Homem, um ser perfeito, com um diferencial frente a tudo o que existira até então, pois, era à Sua imagem, conforme à Sua semelhança. O Homem podia falar, pensar, sentir, agir e fazer escolhas. Sua inteligência era notória e tinha como responsabilidade e dever, cuidar do jardim e nomear os animais.
É fato que, na viração do dia, lá estava Deus dialogando com Sua criatura, em íntima comunhão. Todavia, foi o próprio Deus quem viu que o Homem estava só e decidiu fazer-lhe uma companheira. Do sono profundo e da retirada de uma costela, nascera outra perfeição, que deixou o Homem boquiaberto, diante de tamanha formosura. Tudo estava completo e a responsabilidade de ambos era cuidar da criação e ser fecundos. Antes, havia uma única regra: poderiam comer de todas as árvores do jardim, menos da árvore que estava no meio dele, conhecida como árvore da ciência do bem e do mal. Se assim o fizessem, morreriam. A morte era uma incógnita, mas parecia ser algo terrível porque veio sob tom de uma ruim consequência, diante de um preceito que não deveria ser quebrado.
O cenário era perfeito, até que entra em cena uma serpente. Naquele momento, longe de ser apenas uma cobra, estava vestida de vestes satânicas, aliás, era o próprio Satanás que, apossando-se dela, fez com que falasse, a ponto de minar a ingenuidade da mulher, distorcendo aos seus ouvidos, as palavras divinas ordenadas. Com seu discurso sedutor, afirmou que o que dissera Deus não era tão sério assim, e que, na verdade, se ambos, ela e seu marido, comessem do tal fruto proibido, teriam seus olhos abertos e seriam como Ele. A saliente curiosidade da mulher despertou-lhe o ímpeto de olhar para o fruto, desejá- lo, tocá-lo e comê-lo. Imediatamente, levou-o ao seu marido, e ele também o comeu.
O reflexo da escolha feita, fruto da desobediência, imediatamente, chegou. Seus olhos foram abertos, perceberam que estavam nus e foram esconder-se entre as folhas do jardim. Quem lhes havia mostrado que estavam nus? Este foi o questionamento feito por Deus, ao encontrá-los, após esconderem-se no jardim. Esconderam-se, mas Deus sabia onde estavam. Chamar o Homem foi um ato de manifestação da Graça, que traz a misericórdia divina a quem merece a morte.
Consequências ruins foram proferidas. Não era novidade, pois, estavam cientes delas. Chegaria a sentença de punição, trazendo consigo dor, trabalho pesado, terra com espinhos e cardos, serpente a rastejar-se pela terra e, sobretudo, a morte. Estas, foram palavras do Deus Justo e Santo, que ama o pecador, mas não tolera o pecado.
No entanto, naquele dia denso e cinzento, algo surpreendente aconteceu. Em meio a tanta tristeza, eis que o Grande Senhor anuncia a vinda de um que esmagaria a cabeça da serpente. Ela não triunfaria, definitivamente. Toda a raça humana, os animais e a natureza tinham sido comprometidos pelo pecado, todavia, não seria o fim. Ele tinha um plano e, Ele mesmo, enviaria a salvação.
O tempo passou e, muitos séculos depois, em um dia aparentemente comum, como todos os outros, algo extraordinário e surpreendente acontece. Um anjo apresenta-se a uma virgem, chamada Maria, dizendo-lhe que fora escolhida para trazer ao mundo àquele que salvaria o seu povo dos pecados deles. Ele se chamaria Jesus, o Emanuel, o Deus conosco. Inusitadamente, a moça achou-se grávida, pelo Espírito Santo e, cumprindo os dias de dar à luz, trouxe ao mundo a esperança e a salvação.
O menino cresceu em estatura e graça diante de Deus e dos homens. Era um menino diferente. Os anos demonstraram Seu diferencial. Aos trinta anos, começou o Seu ministério, escolhendo doze Homens para acompanhá-lo, em um treinamento intenso. Certa feita, ao encontrar André e Pedro, ambos pescadores, disse-lhes: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. Estas imponentes palavras ecoaram em seus ouvidos e corações, a ponto de deixarem tudo para seguí-lo.
Com doze homens, começou um grande trabalho de amor, solidariedade, restauração e cura. Ele ressuscitou mortos, fez surdo ouvir e mudo falar, expulsou demônios, curou paralíticos e restaurou corações doentes, aflitos e despedaçados pelas circunstâncias da vida. No entanto, Sua missão maior foi demasiadamente pesada: Ele experimentou a morte, cruenta e dolorosa, morte de cruz, todavia, não ficou sepultado, pois, no terceiro dia, ressuscitou dentre os mortos. Tudo isso, por um único motivo: o Homem.
Seu destino final foi o retorno ao Seu trono, de onde descera para cumprir os desígnios de Seu Pai, em completa obediência e perfeita submissão. A História não acabou por aqui. Por meio dos doze discípulos, fundou Sua igreja, enviou o Espírito Santo, o Outro, igual a Ele, para dela cuidar e, ainda, prometeu voltar para buscar Seu povo. Mas, enquanto isso, ordenou-lhes que pregassem o Evangelho a toda criatura, resgatando os mais perdidos e inválidos deste mundo, para ensinar-lhes os valores eternos do Reino de Deus.
Esta mensagem gloriosa de salvação chegou até nós, em pleno século XXI. Ele ainda não voltou e continua levantando Homens para anunciar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Ele continua resgatando o ser humano das trevas, tornando-o cidadão do Reino de Deus.
Aqui está o sentido da disciplina que será estudada a partir de agora: despertar na igreja a consciência de tão grande salvação e, ao mesmo tempo, de tão grande responsabilidade: cumprir o ide de Cristo, anunciando ao pecador que o tempo de arrependimento e remissão de pecados é chegado. Assim como a eternidade é uma realidade tão próxima, a perdição eterna é real, mas Ele, Cristo Jesus, veio ao mundo para trazer vida e vida com abundância.
Com isto, resta apenas afirmar que a evangelização é a tarefa mais nobre e sublime da igreja. Quem não entendeu isso, não entendeu o Evangelho e, muito menos, todo o propósito de salvação!